Ele nunca gostou que ela pintasse as unhas dos pés de vermelho.
Dizia que isso o fazia lembrar a sua mãe, também achava as lingeries de renda e cetim que ela usava, vulgar, mesmo nas noites especiais.
Ela não consegue engravidar, talvez até mesmo porque o sexo agora, só nas revistinhas de mangá que ele lê no banheiro.
Pensou em fazer inseminação artificial.
Quando ele soube do valor, pensou logo em gastar a grana num aparelho de som automotivo de ultima geração.
Ela não gostava das cuecas azuis dele. Não gostava quando ele deixava as coisas fora do lugar e o banheiro molhado.
Ele odiava quando ela guardava a garrafa de água vazia na geladeira.
Certo dia de saco cheio, ela resolveu sair de unhas vermelhas cor de sangue, lingerie rendada, e como já era de se esperar, conheceu alguém. Que logo reparou nas sandálias dela.
Ele comprou finalmente o som do carro, e acha que a melhor coisa que aconteceu na vida dele nos últimos tempos é poder cortar o pão livremente na pia da cozinha, e sair andando pela casa sem se preocupar com migalhas.
O novo amor dela também usa cuecas azuis, mas ela não se importa.
Dois meses depois, ela conseguiu engravidar, sem ter que fazer nada, apenas sexo, claro!
E viveram felizes separados para sempre.
P.s.: Ele chora até hoje quando vê um vidrinho de esmalte vermelho “paixão” da Collorama.
terça-feira, 26 de maio de 2009
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Um comentário:
"e viveram felizes separados para sempre"
Esse post me trouxe muitas lembranças...
Seu blog realmente me deixa "zonza" em todos os sentidos.
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