[isso pode acontecer nas tardes de terça]

Eu não tô de TPM, não estou triste, muito menos alegre, nem ansiosa eu tô.
Não estou apaixonada por nada novo, nem filme, nem uma nova música, nem nada fútil se quer.

Eis que a vida volta ao piloto automático!
Se minha mãe ouvisse isso, provavelmente diria:
- “Você está arrumando sarna pra se coçar.”
Não é isso não, minha vida vai muito bem, obrigada.
É que sempre estamos precisamos de mais, mais e mais.
Nada sacia. Eu até acho bom, às vezes. Mas cansa.

Vamos combinar que é uma confusão.
A gente não sabe se quer por que quer... ou se queremos porque precisamos ter pra ser completos.
Gente, até o controle remoto da TV prevê o futuro!
Será que daqui pra frente vão fazer isso com a gente?

Huumm! Vão implantar chips nas nossas cabeças! [Eu ainda acho que as companhias de celulares vão fazer isso um dia, elas querem dominar o mundo. Oi?!]

Para encontrar alguém, usaríamos um GPS Humano. [Já existe isso?] Depois que encontrássemos, era só dar um toque no “controle” e a vida dessa pessoa passaria em uma grande tela de tecnologia multi-touch. E ficaríamos sabendo tudo [que eu, particularmente, tenho medo].

Era só acionar o menu e pronto: tudo ficaria como gostaríamos que fosse.
É a vida ao alcance das suas mãos!

E vou mais além, meus caros.
Se tivéssemos domínio dos nossos sentimentos ou sensações. Se eles fossem palpáveis.
Ou vendessem em grandes supermercados, em lindas embalagens, como as que eu vejo quando vou à feira da Liberdade.

Imagine só que sensacional deixar o desejo ao lado do pote de açúcar na prateleira da cozinha. O amor ao lado do vestido mais bonito que você tem. E os pares de sapatos combinariam com as músicas do dia. Só não sairiam dançando porque isso a Dorothy do Mágico de Oz já fez.


Seria simples, não? Mas mesmo assim, acho que continuaríamos numa busca sem fim que daria para um caminho sem volta. [Falo por mim!]

E se um dia tudo isso existir, vamos precisar de um estoque extraplus de graça enlatada, porque com certeza a vida ficaria sem ela.