terça-feira, 28 de junho de 2011


Parte I

Eu não me lembro de ter tido muitos brinquedos na infância, mesmo porque, com cinco primos moleques, e um irmão, eu mal brincava de coisas de menina (eu era a única menina), sempre era “Policia e ladrão, Pega pega, Esconde esconde, Comandos em Ação e Rambo, mas a única que eles aceitavam brincar era “Elefante Colorido”, ah! Já ia me esquecendo, também brincávamos de “bobinho”, mas a “boba” sempre era eu! Não reclamo, foi a melhor infância que alguém poderia ter, a mais divertida talvez, que me rendeu boa parte das cicatrizes que tenho nos joelhos.

Pra ser sincera, não lembro direito da história, mas teve um brinquedo em especial que eu quis muito. Meu pai demorou pra comprar até porque naquela época brinquedos eram dados no Natal, aniversário, e olhe lá!

Era uma boneca da Estrela, “Meu bebê”, era linda, parecia um bebê de verdade, tinha roupa de crochê, lacinho no cabelo e até meinha (suspiros) como eu quis aquela boneca!

Perceba o rancor tratado em terapia: nunca esqueço, ele chegando com uma caixa enooooorme das lojas “Glória” explico: as lojas “Glória” eram uma rede de lojas que vendiam brinquedos naquela época, sendo assim, ver qualquer pessoa carregando uma sacola daquelas na sua direção, seria como ganhar na Mega em dias atuais. Era felicidade garantida e brinquedo á vista.

A sacola era maior que eu, finalmente ganharia meu bebê! Rasguei o papel de presente e a primeira decepção da minha vida aconteceu: NÃO, NÃO ERA O MEU BEBÊ, era uma boneca de cabelo amarelo de lã chamada “Bambina”, QUE NOME ERA ESSE? Eu tinha 8 anos, eu queria um bebê não uma bambina qualquer de cabelos de lã! Mas não me atrevi a fazer qualquer tipo de birra, não existiam birras na minha casa.

Foi então que a tristeza tomou conta do meu ser, eu sonhava com ela, eu só falava nela, até que eu TIVE FEBRE por causa da boneca (olha que eu nem sabia o que era marketing de guerrilha).

E meses depois, Tchanan! Ganhei a boneca de Natal, foi incrível. Eu brincava todos os dias com o bebê, os moleques me chamavam pra brincar com eles, mas eu estava encantada. Claro que por conta disso sofri alguma represaria, eles escondiam a boneca, eles arrancavam o pescoço do corpo, como eu sofri pra protegê-la.


2 comentários:

Unknown disse...

Continua com o mesmo humor e com textos cada vez mais gostosos de ler. Muahm

Anônimo disse...

Gostei do seu blog. Parabéns.
http://youtu.be/pnwNNOWrbNI

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