sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Cara inchada, banho de 3 horas, pra ver se o sentimento pudesse descer pelo ralo. Mas não, ele continuou ali, quieto e profundamente alojado.
Espelho embassado pelo vapor da água quente, aproximou-se bem para ter certeza do que estava vendo, passou a mão para limpar e pensou:
- Tá olhando o que? Sofre, sua tonta! Sofre sozinha!
Secou os cabelos com má vontade, deixando um pouco molhados, tentou disfarçar um pouco as olheiras com corretivo, rímel e deu graças por terem inventado o blush.
A roupa foi qualquer uma e era bem assim que estava se sentindo naquele dia.
Sentou-se na cama, olhando rapidamente para o pequeno apartamento bagunçado: nem ele estava no lugar, nada poderia estar naquele dia.
Vontade de ficar ali o dia todo, de fingir que está deprimida pra não ter que se encarar. E mandar a culpa de fazer papel de adolescente mimada às favas.
É um fato e contra fatos não há argumentos. Não adianta ir contra a natureza. Tudo é incrivelmente sábio.
É uma vida que não acontece. Expectativa é a única que se gera. A cada mês, mais forte e menos esperada...
Não é uma dor que passa com uma bolsa de água quente.
Não há mais tempo. Chorou, engoliu o choro. Prometeu ter que se enganar, não falar no assunto, arrancá-lo quase que a fórceps.
E mais uma vez se fez forte. Saiu pra vida, correndo, porque nenhum relógio espera, muito menos o biológico.

3 comentários:

Anônimo disse...

O segredo é ser mais forte que o relógio

Anônimo disse...

Isso me lembrou um trecho (ó! rs)

"Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração..."

Mtosss bjos

Leticia disse...

ai, ai...
Hay que fiarse de la sabiduría de la vida, chica...
besos

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