salvando o peru de natal!

Não tem como, todo ano é o mesmo discurso, que o Natal é mais uma daquelas datas capitalistas e que tudo é um convite para gastar grana. Tem gente que fala da hipocrisia das pessoas que são infelizes o ano todo, brigam com todo mundo e só porque é Natal pronto, fazem as pazes.
Eu ainda acho isso positivo. Pior se não fizessem.
Tem o lance do “espírito de Natal” também, que quando a gente cresce acha que ele desaparece.
Mentira! Tem trilhões de gente que se emocionam, mesmo com o “BankBoston” na Paulista, ou então a “pobre” árvore do Ibirapuera.
Mesmo “adulta”, eu adoro. Fico melancólica.
Lembro dos meus avós, das comidas e do barulho do sofá sendo arrastado no taco.
Pra ganharmos espaço na sala. Lembro dos filmes de Natal que passavam no SBT [que eu assisto até hoje, graças a conservadorismo do Sr. Silvio Santos].

Mas tem coisas que só acontecem nesta época do ano, por isso, eu gosto tanto.
E olha que eu nem estou falando das “rabanadas”, meu Deus, como eu amo rabanadas!
Tem um vizinho que toca “sax” e eu acho que sax deveria se chamar “sucks”, pois eu detesto, sei lá, me lembra Kenny G. Voltando. Ele perdeu a esposa faz um tempo.
De repente, sem querer xeretar percebi que ele pintou a casa e que montou uma àrvore!
Nem eu montei minha àrvore. Enfim... hoje, depois de um tempo, ouvi ele tocando
o seu “sax” quando eu estava no banheiro escovando os dentes.
Ele tocava direto antes dela morrer. [Eu odiava muito ele.]
Enfim, ele tava tocando a música do “Mágico de Oz”. Minutos depois, eu estava sentada no chão do banheiro, com a escova de dentes na mão, chorando.

Viu? Isso é a “droga” do espírito de Natal.
E, pra terminar, desejo que ninguém se esqueça dele.
Trilha sonora “especial” de hoje: Somewhere Over The Rainbow (Israel Kamawiwo'ole)